Este post pouco tem haver com os anteriores, a única coisa em comum é que a seguinte história se passa na mesma altura. À muitos, muitos anos (talvez não tantos assim) ainda o Dr. Álvaro Amaro era deputado na Assembleia da República, houve uma feira do queijo onde ele e um ministro (Jorge Coelho se não estou em erro) se deslocaram cá. Nesse domingo, ainda eu jogava nos juniores e os directores tiveram a brilhante ideia de elaborar um jornal dedicado aos juniores sendo nós depois encarregues de os "vender". E coloco o vender entre aspas porque cada pessoa dava o que podia, quem quisesse dar 50 escudos dava 50 escudos, quem quisesse dar mais, dava mais. Estava eu e um colega em pleno labor e eis que vejo o tal ministro a chegar à câmara. Viro-me para o meu colega e disse-lhe: "Epá, aquele c***** é o ministro do não sei o quê. Vamos chular o gajo??" E o meu colega responde: "Ó achas??" Respondi eu: "F***-se, eu vou lá." (atentem na linguagem vernácula de garotos ;) ) Chego-me ao pé do gajo e começo a falar com ele " Ah e tal sou da equipa dos juniores de Gouveia, estamos a vender estes jornais para angariar fundos e coiso e tal o minimo é 50 escudos, mas se quiser dar mais está à vontade." Seguiu-se mais umas palavras para cá e para lá e tudo acabou com o Jorge Coelho a sacar uma nota de 2 contos e a dar-me. Nem 2 minutos passaram e vejo o Dr. Álvaro Amaro também a chegar. A conversa com o meu colega seguiu assim: "Olha, e aquele é o Amaro... F***-se aquele é cá da terra, vamos lá e também o chulamos." Chegando ao pé dele começo a mesma lenga-lenga que dei ao outro e em passo acelerado o Dr. Álvaro Amaro desmonstrou como gostava da terra dele. Nem um escudo despendeu para o CDG, nem um fica para mais tarde ou pede-me quando sair. Já o pai dele foi uma simpatia e deu uns 500 escudos se não estou em erro. Morais da história
- "Nem sempre os que são da terra querem o bem dela."
- "Um lobo será sempre um lobo."
- "Há atitudes que nunca mudam."
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